08 junho 2021

Metáforas aos olhos de um miúdo...

 
Ontem, ao final do dia, estava cansada, mas tão cheia de coisas boas! Coisas tão boas com origem neste exercício de criação de metáforas que me apeteceu logo partilhá-las com quem e para quem as tinha feito! Mas faltou-me a energia…
 
Hoje, quando acordei, essa boa energia continuava cá. Reli-nos. Revi mentalmente os momentos que depois aconteceram cá por casa. E aqui vai a partilha!
 
Andamos cá por casa numa espécie de campeonato de jogos de tabuleiro. O Tiago anda numa maré de ganhar ao Pedro quase que sistematicamente e desafiou-me para jogar com ele. Tinha já feito a metáfora da Ana, mas andava às voltas com a da Maria e disse-lhe: “deixa-me terminar primeiro este meu TPC”.

– Isso até tem graça! Costumas ter muitos TPCs, mãe? – perguntou o Tiago.

    
Estava tão divertida e satisfeita com o que tinha feito para a Ana que lhe disse que depois o partilharia com ele. E partilhei. Comecei por lhe perguntar se ele sabia o que era uma metáfora.
 

– Já não me lembro muito bem, mas acho que é tipo (lá está o “tipo”) uma comparação….

– Sim, na gramática de português, é uma espécie de comparação. Mas nisto que a mãe está a fazer (e ele tem uma noção geral do que é este curso da PNL e do intuito com que o estou a fazer), uma metáfora é uma espécie de uma comparação, sim, mas que é usada com o objetivo de te ajudares ou ajudares alguém a encontrar uma resposta a uma situação incomodativa ou que não se está a conseguir resolver.

– Tipo, como no outro dia quando me tentaram roubar a bicicleta e tu me contaste uma história de quando eras pequena?

 
Perante esta resposta “enchi”! E enchi mais ainda depois de lhe ter lido as metáforas que construí para as duas.
 
À tua Maria, reagiu com um sorriso malandro e diz-me:
 

– Oh mãe! Isso pareces mesmo tu! Por exemplo, quando eu deixo as minhas coisas do lanche em cima da mesa e tu avisas-me assim, como quem não quer a coisa, bem-disposta. Depois dás-me outro aviso por qualquer coisa que eu não tenha feito bem. E vais-me dando avisos, a mim e ao pai… e depois chegas à hora de jantar e já nos avisas muito maldisposta! 😊

 
À tua Ana, reagiu de uma forma tão inesperada… (Quando nos permitimos a isso, os miúdos surpreendem-nos a toda a hora!)
 
Li-lhe a tua metáfora e mais do que um comentário à mesma, conseguiu estabelecer uma ligação fora do teu contexto, de uma forma tão clara, completamente “on-target” e que a mim me tinha escapado totalmente…. 

– Está gira essa estória! Percebe-se bem! Mas sabes de quem é que parece que estás a falar? Da Matilde! (a minha sobrinha, da idade dele) Essa miúda é tão igual à Matilde! – E não é que é?

A Matilde está a passar uma fase em que a situação que queres resolver, Ana, está muito presente. Obviamente por questões distintas, mas está, de facto, a passar por aquele turbilhão de emoções tão típico da adolescência, e o seu comportamento mais comum, neste momento, é o de explosão com tudo e com todos, muitas vezes sem razão aparente.
 
Fiquei tão orgulhosa dele!
 
Obrigada meninas!

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