19 julho 2006

Sabores do Mundo

«Cozinhar não é serviço, meu neto», disse ela. «Cozinhar é um modo de amar os outros»
(Mia Couto, in O Fio das Missangas)

Para quem gosta de cozinhar e de bem comer.... espreitem...

http:://www.acime.gov.pt/saboresdomundo/livro.html
"Só há muito pouco tempo aprendi a etimologia da palavra portuguesa comer: vem do latim, "cum" = "com" + "edere" = comer. Quer isto dizer e é bem significativo que comer é comer - com!... O quê? Com quem? (...) A vida não é só comer e beber; mas grande parte desta passa-se à volta da mesa, à mesa se inicia e à mesa se festeja e celebra."
(Pe. António Vaz Pinto, s.j. O Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas)

08 julho 2006

Sempre gostei das palavras...


Já lá vai o tempo em que cumpria escrupulosamente a tarefa de escrever um diário... Tempos idos...

O que é que me faz escrever hoje em dia?!? Os momentos mais intensos do dia-a-dia – seria esta a resposta mais próxima da realidade. Mas na verdade, dos mais intensos, os mais tristes são os que me atraem para a caneta e papel. Esses de facto são demasiado íntimos, e não sei muito bem se me apetece partilhá-los. Mas existem outros ...

Como dizia as palavras são para mim de grande valor, daí que não existem melhores ofertas que livros. Adoro recebê-los e oferecê-los. E há uma coisa que não deixo nunca de fazer quando os ofereço: escrever. Que para além de ser sempre um prazer, na maioria das vezes é uma tarefa bastante divertida!

Aqui ficam alguns desses textos (e parafraseando Alfarroba num dos blogs mais divertidos que conheço: http://gang-das-biclas.blogspot.com/ ) para quem aqui conseguiu chegar (pensamento optimista – 0,0001%)!

06 julho 2006

As Palavras dos Outros...


Comecei por construir este blog por brincadeira. Não foi de todo uma coisa pensada. Surgiu de uma brincadeira com uma amiguinha que começava a aventurar-se por este mundo da net.
E sem saber muito bem o que com ele fazer fui reunindo alguns textos que, por um motivo ou por outro, me dizem algo. Que no fundo acabam um por definir um pouco do que gosto, com o que me identifico. Ou seja, quem, em parte, sou.
Porquê utilizar palavras de terceiros? Por vezes é mais fácil deste modo definirmo-nos sem necessariamente nos expormos.
Mas em resposta a uma situação semelhante, alguém hoje me perguntava a propósito da minha citação preferida publicada noutra página: "Bastante inspirador, o teu texto do Miguel Torga... Já te serviu de inspiração?"
Fazem-nos estas perguntas pensar, apesar de confortável, no quanto pode ser ilusória a utilização das palavras dos outros. Quem me colocava a questão referia-se a uma citação de Torga que reza o seguinte:

"Recomeça... se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descances, de nenhum fruto queiras só metade."

Não o fizemos já todos nós? Ou pelo menos não tentámos fazê-lo?

Só quem vive na ilusão de viver num mundo perfeito não teve essa necessidade; não teve, nalgum ponto da sua vida, de recomeçar.

Não acredito na ilusão, mas acredito profundamente no sonho.

(In)felizmente os percalços da vida vão-nos ensinando a dar-nos valor. E foi com alguns desses que fui aprendendo que todos nós não valendo mais que os outros (até porque vivo na convicção - minha - de que sem os outros nada somos); valemos pelo menos tanto como os outros.

"De nenhum fruto queiras só metade"

Viver a vida desta forma é uma opção. Opção que permitindo-nos viver as maiores das alegrias, os maiores dos prazeres nos poderá igualmente presentear com as mais profundas dores. Não tendo a certeza de que esta é a Melhor forma de a viver (até porque por vezes vivemos com demasiada intensidade situações que mais tarde concluímos não valerem a pena); é a aquela que escolhi para viver a minha.
Po